O Festival do Barco de Dragão (端午节, Duānwǔjié) é festejado no quinto dia do quinto mês do calendário lunar. Em 2023, é celebrado hoje, 22 de junho. É um dos festivais mais importantes na China e desde 2009 que integra a Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO.

Durante este festival, é tradição realizarem-se corridas de barcos de dragão, confecionar e comer zongzi (bolinhos de arroz glutinoso com diferentes recheios e embrulhados com folhas de bambu), pendurar artemísia ou cálamo na entrada de casa, e usar saquinhos perfumados ou com ervas medicinais para afastar os insetos e as doenças.

O Festival do Barco de Dragão foi assinalado ontem pelo ICUM, com uma atividade em que os alunos puderam conhecer mais sobre esta festividade e aprenderam a confecionar zongzi, terminando por provar esta iguaria, tradição deste festival.

Mas porque se celebra este festival? O Festival do Barco de Dragão é celebrado em memória de Qu Yuan (屈原, Qū Yuán) (340-278 AC), famoso poeta chinês, que viveu durante o Período dos Estados Combatentes (475-221 AC). Qu Yuan era um fiel oficial do governo do Estado de Chu, mas que viria a ser perseguido e exilado. Escreveu inúmeros poemas durante o seu exílio, mas vivia atormentado pela situação política e pelas derrotas sofridas pela sua pátria, acabando por se suicidar, afogando-se no rio Miluo, no quinto dia do quinto mês do calendário lunar. Reza a lenda que, ao saberem do seu afogamento, várias pessoas terão acorrido ao rio para tentar salvá-lo. Não conseguindo encontrá-lo, decidiram atirar bolinhos de arroz ao rio para alimentarem os peixes, na esperança de que estes não comessem o seu corpo. Será esta também a origem da tradição de comer zongzi (粽子, zòngzi) durante o Festival do Barco de Dragão.

Tendo em conta o caráter trágico das origens deste festival, não se costuma dizer “Feliz Festival do Barco de Dragão”, mas antes “端午安康” (Duānwǔjié ānkāng), ou seja, “Um Festival do Barco de Dragão seguro e com saúde!”.